Os biofilmes são colônias de microorganismos ligados entre si, embutidos em uma matriz extracelular e aderidos a uma base sólida. Eles representam uma estratégia perfeita para as bactérias, pois proporcionam estabilidade e proteção em um ambiente úmido e rico em nutrientes.
É um mecanismo de defesa utilizado pelos organismos contra seu meio ambiente.
Além disso, a matriz atua como uma proteção que facilita a sobrevivência de agentes externos, tais como desinfetantes e outros produtos.
Devido aos riscos de contaminação cruzada, é importante detectá-los e removê-los das superfícies de trabalho onde os produtos alimentícios são manuseados.
Adesão. Sob as condições certas, os microorganismos ficam sobre uma superfície e começam a aderir a ela.
Colonização. As células microbianas geram colônias. Não é mais possível reverter o processo de adesão.
Formação. As células microbianas começam a desenvolver a matriz extracelular, criando um biofilme maduro.
Crescimento. Os interstícios e canais são formados dentro da matriz do biofilme para transportar água e nutrientes.
Dispersão. Os fragmentos do biofilme se rompem e se fixam a outras superfícies, facilitando assim a expansão do biofilme.
Tudo o que você precisa saber sobre controle e remoção de biofilmes
Há vários fatores envolvidos no desenvolvimento do biofilme:
O substrato terá um impacto sobre as características de colagem. Assim, as bactérias tendem a aderir às superfícies hidrofílicas criando uma única camada uniforme, enquanto formam aglomerados em superfícies hidrofóbicas.
Um maior tempo de contato entre as células e o substrato significa que um maior número de ligações é criado. Além disso, a adesão se torna irreversível com o tempo.
Outros fatores, como as condições ambientais, o tipo de microorganismo, o substrato e a pressão nas superfícies de trabalho ou equipamentos, também podem ter um impacto considerável no potencial de formação de biofilme.
As características da superfície celular, como flagelo, pili, proteínas de adesão e cápsulas, também podem influenciar o processo. Pili atua como um velcro para ancorar bactérias em algumas superfícies. Também podem atuar como quimiorreceptores, guiando as bactérias para locais específicos.
Os nutrientes têm uma influência maior sobre a estrutura e composição do biofilme. Alguns projetos de pesquisa realizados nos biofilmes Listeria revelaram que baixos níveis de fosfato promovem o desenvolvimento do biofilme, embora o efeito diminua após alguns dias.
Os biofilmes multiespecíficos mostram uma espessura maior, e são mais estáveis aos fatores ambientais do que aqueles com apenas uma única espécie.
Este é um fator crucial para o desenvolvimento do biofilme, pois uma umidade relativa entre 90-100% facilita seu crescimento.
Portanto, a maioria dos biofilmes são encontrados em ambientes aquosos, tais como sistemas de linhas ou tubulações nas indústrias de laticínios.
Entretanto, valores em torno de 70-80% também foram encontrados como sendo suficientes para o desenvolvimento do biofilme. Isto indica que ambientes com alta umidade relativa (como os sprays), podem aumentar significativamente o risco de formação.
Os biofilmes incluem células microbianas, tais como bactérias, fungos, e uma matriz extracelular. A matriz representa 80% da composição do biofilme e é feita de exopolissacarídeos, com canais internos para a circulação da água, enzimas, nutrientes e resíduos.
Elas se desenvolvem em superfícies que favorecem sua adesão (porosas, raladas ou ásperas) ou que foram submetidas a um mau programa de limpeza e desinfecção.
Além disso, proporcionam uma função de proteção aos microorganismos que abrigam, reduzindo a eficácia dos tratamentos de desinfecção.
A presença de biofilmes na indústria alimentícia é tão comum quanto preocupante.
Quando encontrados nas instalações, eles representam um risco importante para a segurança alimentar e também podem causar problemas operacionais em sistemas e equipamentos.
As condições ambientais que podem ser encontradas dentro de uma fábrica, em muitos casos, favorecem a presença de uma ecologia microbiana diversificada. Isto promove o desenvolvimento de biofilmes multiespecíficos, que podem abrigar microorganismos patogênicos, tais como Listeria monocytogenes, Salmonella, o Pseudomonas aeruginosa.